quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema à boca fechada...

Não direi que o silêncio me sufoca e amordaça, calado estou, calado ficarei, pois que a língua que falo é de outra raça. Palavras consumidas se acumulam, se represam, cisternas de águas mortas, mágoas em limos transformada. Não direi que nem sequer o esforço de as dizer merecem, palavras que não digam quanto sei neste retiro em que me não conhecem.Só direi crispadamente recolhido e mudo, que quem se cala quando me calei, não poderá morrer sem dizer tudo.______ José Saramago



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